ah... posso chamar de 'liberdade poética' continuar usando o português que eu aprendi na escola? tenho apego com alguns hífens e acentos. :)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

dor elegante

(Itamar Assumpção e Paulo Leminski)
Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante
Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha
Ópios, edens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra

Eu era uma desgraça nas matérias de humanas. Quanto mais teoria, pior. (Não me orgulho disso. Pelo contrário, corro hoje para recuperar o tempo perdido, eu vivo cer-ca-da de gente inteligente!)
As aulas de literatura, provavelmente eu passei desenhando menininhas na contracapa das apostilas, mas lembro que vários dos bons escritores morreram tuberculosos, aquela doença dos pulmões. Pra quem não é versado em psicossomática como eu, pulmão se relaciona com tristeza tá? logo...
Tristes! esses fingidores da dor que deveras sentem,né?

Preciso assistir mais umas vezes pra decorar direitinho, mas no filme Romance, o personagem do Wagner Moura, falava algo sobre o amor romântico só ser essa coisa incrível que é, por ser impossível, ou por causa dos obstáculos. Algum pensamento nessa linha... do sofrimento produzindo beleza.

Sabe que eu não gosto muito de sofrimento levando a coisas, mas até faz sentido. Algum sentido.
As vezes, ( veja bem, as vezes ) a felicidade é "morninha", a gente fica confortável, curtindo, nem criar a gente quer...
E em alguns casos, seria melhor mesmo não fazê-lo, vide:
Que vida boa! Sapo caiu na lagoa..
(Victor e Leo - nada contra, mas isso é o cúmulo da criação sob efeito de felicidade morna)

Não é?

3 comentários:

  1. "sou eu no caminho do meu sertão"
    Hahahaha... adorei o post e adoro vitor & leu... até mesmo quando a felicidade é morninha pois se esquentar muito, me pelo saio correndo. Beijos Méliiissssss!

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