ah... posso chamar de 'liberdade poética' continuar usando o português que eu aprendi na escola? tenho apego com alguns hífens e acentos. :)

quarta-feira, 3 de março de 2010

pouxa vida...

A Sra Jimena (rrrrimena) todas as manhãs nos esperava com a mesa posta para o café da manhã, quase sempre pão com doce de leite e 1/2 grapefruit.
O onibus nos deixava no centro, com aquelas ruas só para pedestres, limpas e bem cuidadas, como eu imaginava os centros europeus. Nas esquinas gente vendendo pêssegos em grandes cestos. Os duraznos, grandes, rosados e suculentos, desses que devem custar "100 reais o kilo" num empório Santa Maria da vida, vendidos por, sei lá, 1,00 dinheiro-chileno. Ficava hipnotizada por aqueles duraznos.
Almoçando no mercado municipal comecei a entender que os oceanos não são todos iguais: o Pacífico tem seus próprios moluscos e crustáceos, travei alí uma luta tentando achar a 'carninha' de um dos bichos mais estranhos que comi na vida. eXquisito!
O Pacifico também faz praias diferentes das nossas, tem mais pedras acho. E, pelo menos alí perto de Santiago, o litoral tem um charme extra, não sei se pelas casinhas e jardins coloridos ou pela memória de Pablo Neruda, muito presente.
Geograficamente, o Chile é uma diversão - tem praia, cordilheira, deserto e neve - mas o que me impressionou na época foi o povo, é um povo latino com upgrade de civilidade.
Latino aqui no sentido pejorativo, sabe quando a gente usa o sangue pra justificar a esbórnia?
O chileno me pareceu diferente da gente (e outros países na vizinhança), não sei como explicar, são fofos - e 'fofo' é um conceito inexplicável, né Giacca? - no trato social e no que as cidades, limpas, funcionais e bem cuidadas dizem sobre eles. (E olha que eu nem era arquiteta na época...)

Eu gosto do Chile, gosto como se fosse um tio que mora longe, sabe? A gente vai adiando a visita, porque tem outros lugares pra ir e o tio vai estar sempre lá, até que... bem, vcs sabem.

3 comentários:

  1. caraca, mélis, q descrição vendedora do chile! deu vontade de conhecer só pela leitura. não q haja alguma novidade ultra rompedora de conceitos no q vc falou, mas o modo de contar deu um charme a mais pro país. e olha q eu nem sei o q é ser 'fofo'...

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